terça-feira, 22 de novembro de 2011

Apenas uma carta...


Olá, como vai você? Como tem sido sua vida sem mim? Você tem sentido minha falta? Como anda seu coração? Ainda gosta dele? Esses dias eu olhei para você, você também me olhou. Porque não veio falar comigo? Tenho tanta coisa para te contar. Tanta coisa presa aqui na minha garganta. Sabe, eu te esqueci. É, te esqueci. Esqueci também do que você me fez sentir. Esqueci da dor e dos sorrisos que você arrancou de mim. Esqueci do amor que eu sentia por você. Esqueci de tudo. Mas, eu ainda lembro de alguma coisa. Alguma coisa que me diz “foi bom”. É estranho, mas é assim. É meu amor, eu também queria te dizer que eu não tenho mas sentido sua falta. Queria dizer que aprendi a viver sem você. Aprendi a suportar. Aprendi que amor não é só pernas tremendo, pensamentos fixos numa pessoa, saudade, desejos, coração acelerado. Aprendi também que amor não pode ser amor se não for correspondido. Aprendi que um eu te amo não basta. Aprendi que tenho que assumir sentimentos para cultivá-los ou dar fim neles. Aprendi tanta coisa. Agora estou aqui. Estou aqui te escrevendo uma carta que você nunca vai receber, nem ao menos ler. Mas eu preciso disso, preciso escrever para você uma última vez. E dessa vez é certo, pois eu descobri que o que eu sentia não era amor, e se era não importa mais. E depois de tudo isso eu só queria dizer obrigado. Obrigado por tudo. Você me ensinou muitas coisas sem nem perceber. E eu sempre te agradecerei por isso. Agora você é apenas uma memória. Pequena e fraca. Mas é uma memória que eu sei que me ajudou em muita coisa, me ensinou muita coisa, me fez bem e mal, uma memória, a qual existem poucos retalhos dela. E é assim que eu me despeço de você, dizendo obrigado novamente. Com amor, aquela pessoa que achava que te amava.


(The Strange World Dreams, modificado)